O discurso de renovação foi bonito e encantou. Mas, o governo de Jair Bolsonaro com menos de 30 dias já apresenta os tradicionais sintomas da velha forma de fazer política: nomeações de amigos e parentes, acordos políticos obscuros e a proteção do foro privilegiado.
Primeiro foram aquelas nomeações de amigos e parentes de integrantes da alta cúpula do Planalto para cargos públicos com alta remuneração.
Depois foi o acordo costurado para a recondução de Rodrigo Maia para a presidência da Câmara dos Deputados. Maia é investigado pela Lava Jato.
Agora o pedido de foro privilegiado do filho do presidente para o caso Queiroz.
Até há poucos dias o filho Flávio esbravejava que não tinha nada a ver com isso. Depois faltou ao depoimento e agora pediu que o caso fosse suspenso e levado ao STF alegando foro privilegiado. Logo ele, que ao lado do pai, recentemente em 2017 criticavam o foro privilegiado e o próprio Ministro Fux, que ontem concedeu-lhe a liminar.
Até ontem o principal investigado era o ex-assessor de Flávio, Fabrício Queiroz, que movimentou R$ 1,2 milhão em um ano. Mas, ao pedir a paralisação da investigação, Flávio dá provas de que está muito mais perto dessa coisa do que admitia. A atitude é praticamente uma confissão de que o envolvido é o senador eleito e não o motorista Queiroz.
E mais… se a questão for aberta no STF, o presidente Jair Bolsonaro também será investigado, já que existem movimentações financeiras ligadas à primeira-dama Michelle.