153024-g-94022Durante os anos que acompanhei o humorista Willmutt em suas apresentações, conheci inúmeras cidades do Rio Grande do Sul. É o estado, junto com Santa Catarina, que o personagem é mais conhecido e, por isso, os pedidos para shows nesta região eram diários.

Nestas andanças, geralmente por cidades do interior gaúcho, me chamou a atenção a diferença cultural deste povo para com outras partes do país. A preservação das raízes culturais é algo muito forte, mesmo com o advento das novas gerações, por vezes desapegadas às suas origens.

O gaúcho é diferente. Nas vestes, na linguagem, na culinária e nos costumes. Ele é um legítimo patriota. O sangue de Farrapos ainda corre nas veias, inclusive dos mais jovens.

Esse amor pela terra e os costumes fica ainda mais evidenciado justamente nesta semana, quando se comemora a Semana Farroupilha. É um período que se relembra a Revolução Farroupilha, o mais longo e um dos mais significativos movimentos de revoltas civis brasileiros.

Também conhecida como Guerra dos Farrapos, essa guerra regional da então província de São Pedro do Rio Grande do Sul contra o governo imperial do Brasil, originando a República Rio-Grandense. O conflito aconteceu por que os gaúchos estavam descontentes com o governo imperial brasileiro. Queriam pagar menos impostos e eram contrários a entrada do charque e couro (produtos que movimentavam a economia gaúcha na época) de outros países, com preços baratos.

O conflito estendeu-se de 20 de setembro de 1835 a 1 de março de 1845, quando os farroupilhas aceitaram acordo proposto por Duque de Caxias e foi assinada a paz: o Tratado de Poncho Verde. Foram quase 10 anos de guerra, que causaram mais de 47 mil mortes. A República Rio-Grandense foi reintegrada ao Império brasileiro.

O Rio Grande se rendeu, mas os farroupilhas conseguiram vários benefícios, entre eles, que as taxas alfandegárias sobre o charque fossem aumentadas, melhorando a economia local.

Na Semana de Farrapos, que tem o seu auge no 20 de setembro, os gaúchos lembram da garra e da luta dos seus ancestrais. Mas, muito além de lembrar do sangue derramado na guerra, o povo rio-grandense aproveita o momento para vivenciar com ainda maior ênfase a cultura e as tradições.

Parabéns a você que é gaúcho ou que, assim como eu, admira a tradição deste povo.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *