“Então é Natal, e o que você fez?”, questiona a tradicional canção de Simone que tanto toca nesta época do ano. Mas, o que você fez? Já parou para pensar?

Nos dias que antecederam ao Natal novamente foi aquele frenesi de compras, correrias, filas longas, confraternizações. E neste corre-corre sequer paramos para refletir sobre o que vivemos no ano que chega ao final.

Então é Natal. Para cultivar nas pessoas aqueles sentimentos muitas vezes esquecidos, como o amor ao próximo. Aliás, em 2018, entre nós brasileiros, o que mais se esqueceu foi o amor ao próximo. Tivemos um ano terrível, de propagação do ódio, de mentiras e de violência.

A eleição presidencial de 2018 foi a mais violenta da história, com assassinatos, lesões, ameaças e ofensas. Violência que esteve presente tanto nas agressões físicas quanto dos discursos. E não foi apenas entre os eleitores. A violência atingiu de cheio a classe política. O próprio presidente eleito Jair Bolsonaro foi esfaqueado em plena campanha. No Rio, a vereadora Marieli Franco foi morta a tiros. No Paraná, atentado a tiros contra um ônibus da caravana do PT.

A crise econômica que antecedeu o pleito deixou as pessoas mais inseguras e fomentou o medo, o individualismo e a violência. As pessoas foram levadas a querer impor verdades à força, esquecendo que no dia seguinte teriam que conviver.

A violência também atingiu a imprensa. Jornalistas e veículos foram agredidos e ameaçados, enquanto que as fake news proliferaram. Foi um fenômeno de tamanha magnitude que o próprio Judiciário admitiu que não sabia lidar com as notícias falsas que se espalharam pelas redes sociais.

O nosso País sempre teve fama por episódios de violência eleitoral. Mas este ano, se superou, lamentavelmente.

Então é Natal. Finalmente é Natal. Momento de aproveitar essa época em que as pessoas se tornam mais sensíveis aos sentimentos alheios e fazer uma boa reflexão sobre o ano que passou. Momento de buscar novamente a unidade, o afeto e um pouco mais de calor humano. Uma ótima ocasião para deixar de lado as mágoas e praticar o perdão, sentimento que o aniversariante do dia tanto pregou há dois mil anos.

“Então é Natal, pro enfermo e pro são; Pro rico e pro pobre, num só coração; Então bom Natal, pro branco e pro negro; Amarelo e vermelho, pra paz afinal.”

*O texto acima foi o editorial da edição deste 25 de dezembro de 2018 do jornal HOJE NEWS CASCAVEL

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